#6 Crise e regeneração | com Eduard Muller

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Eduard Muller (Costa Rica) é fundador e diretor da Universidad para la Cooperación Internacional (UCI) e um agente ativo para a regeneração global. Movimenta o Hub Regenerativo da Costa Rica, participa da Regenerative Communities Network (Capital Institute) e é membro da comissão de Desenvolvimento Regenerativo do Commonwealth Institute (Inglaterra). Recentemente lançou o Certificado em Empreendedorismo Regenerativo pela UCI juntando importantes nomes em um mesmo curso. Nesta conversa Eduard explorou a interface entre crise e regeneração.

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O caminho das organizações regenerativas

O caminho das organizações regenerativas

O primeiro passo de uma organização regenerativa é assumir a responsabilidade pela mudança. Isso significa ir além da conformidade, ou seja, deixar de estar satisfeito por apenas cumprir as obrigações legais. Isso não é suficiente. 

A organização regenerativa está a serviço de algo maior do que  si mesma. Assim, ela sai da conformidade e vai para a autorresponsabilidade pois entende que deve desempenhar um papel ativo na regeneração local. Ela acredita, profundamente, que possui a obrigação de contribuir por um mundo mais íntegro. Essa é a sua maior preocupação.

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Posted by Felipe Tavares in Texto rápido, 2 comments
Da consciência ego-sistêmica à consciência eco-sistêmica

Da consciência ego-sistêmica à consciência eco-sistêmica

“No estado presente das coisas, a sobrevivência da humanidade depende de que as pessoas desenvolvam uma preocupação sincera com toda a humanidade e não apenas com sua própria comunidade ou nação. A realidade da nossa situação nos impele a agir e a pensar com mais clareza. A mentalidade estreita e o pensamento autocentrado podem ter nos servido bem no passado, mas hoje só poderá nos levar ao desastre.” — Joanna Macy

Otto Scharmer, professor titular do Instituto de Tecnologia de Massachusetts e co-fundador do Presencing Institute, também entende que vivemos um processo de transição de histórias e de consciências. Para ele, é fundamental e inevitável a aceleração de mudanças de paradigma e, mais profundamente, a mudança de uma consciência ego-sistêmica para uma consciência eco-sistêmica.

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Posted by Juliana Diniz in Artigo, 1 comment
Saúde pessoal e saúde planetária

Saúde pessoal e saúde planetária

Não há nada que façamos que não afete a integridade da Terra. Mais do que afetar, nós nos tornamos uma força que está alterando dramaticamente a estrutura e o funcionamento do planeta.

O adoecimento da Terra expresso, por exemplo, na ameaça do seu termostato promovida pelo degelo ártico, está diretamente relacionado à saúde humana — física, psíquica e social. Devido aos nossos traumas, intrinsecamente relacionados à ordem antropocêntrica, materialista, colonial e patriarcal do mundo, recriamos trauma ao redor na forma de violência implícita e explícita à vida.

Embora tenhamos o privilégio da autoconsciência, agimos como animais acuados tentando sobreviver a partir de um sistema de defesa disfuncional. Nos sentimos separados uns dos outros e dos sistemas vivos e acreditamos que o sentido de comunhão que buscamos será suprido através da dominação e do controle — as estratégias relacionais que maquiam o impulso primitivo de lutar ou fugir. 

Por outro lado, a destruição massiva da saúde e da integridade das águas, do ar, das terras e dos povos em nome de riqueza, poder e prestígio centralizados nos causam imenso estresse traumático de modos tão dramáticos — embora pouquíssimo considerados — que ainda somos incapazes de mensurar.

Porque sentimos dor — biográfica, transpessoal, planetária — e não a elaboramos pessoal e socialmente causamos sofrimento a nossa volta na forma de danos irreparáveis às comunidades humanas e aos sistemas vivos que, por sua vez, voltam a nos afetar. 

Em outras palavras, sofremos com a sensação de separação e desconexão que constitui a subjetividade dos sujeitos modernos que, por sua vez, culminam em irresponsabilidade social e ecológica. Os sintomas se confundem com as causas formando um ciclo que se retroalimenta.

Mas neste momento de colapso inevitável das velhas estruturas e de necessidade emergente de novas formas de ser e estar no mundo, precisamos de pessoas sãs que possam encaminhar saídas deste ciclo autodestrutivo. 

Precisamos ser as pessoas sábias e compassivas que conseguem acolher a dor da humanidade e a dor do mundo cuidando para que o sofrimento seja minimizado e para que as suas causas sejam radicalmente transformadas. Para tanto, precisamos descobrir como permanecer sãos em um planeta que queima e que clama pela nossa participação apropriada.

[Este texto é parte do material de apoio da jornada Em Busca da Visão – Propósito pessoal a serviço de Gaia]

Na próxima terça-feira (05/11/19) às 19h vamos conversar sobre como participar apropriadamente no mundo de modo a criar saúde e vitalidade pessoal e planetária. Inscrições aqui.

Foto: Ivars Krutainis

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Petróleo e o cerne da questão

Petróleo e o cerne da questão

O derramamento de petróleo que atingiu o litoral brasileiro e a cobertura da mídia deixa claro a incapacidade dos meios de comunicação de discutir o cerne da questão. É preciso reformular o problema.

É certo que a origem do derramamento, os impactos imediatos, o envolvimento dos voluntários na limpeza e os desdobramentos políticos são importantes e dignos de nota. Também é crucial, na era da pós-verdade, tomar algum tempo para desmentir notícias falsas. Mas não podemos aceitar o discurso superficial do “a culpa não é minha”.

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Posted by Felipe Tavares in Texto rápido, 0 comments

#5 Geração de sentido

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Se não estivermos buscando ativamente fazer sentido do mundo, alguém o fará por nós. Neste programa eu converso com o Danilo da Rádio Emergir sobre as nuances e profundezas do “gerar sentido”, ou sensemaking. Este foi um dos episódios mais profundos e interessantes que gravei, chegue para a conversa.

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Do Antropoceno ao Ecozóico

Do Antropoceno ao Ecozóico

A grande obra de cada tempo histórico

“Todos nós temos nosso trabalho particular. Temos uma variedade de ocupações. Mas além do trabalho que desempenhamos e da vida que levamos, temos uma Grande Obra na qual todos estamos envolvidos e da qual ninguém está isento: é a obra de deixar uma Era Cenozóica terminal e ingressar na nova Era Ecozóica na história do planeta Terra.” —  Thomas Berry

Para Thomas Berry, acadêmico da Terra como gostava de ser chamado, cada época histórica tem a sua grande obra. A grande obra do Paleolítico foi a expansão humana a partir da África. Este processo esteve associado à criação de linguagem, rituais e estruturas sociais pelas comunidades caçadoras-coletoras. A grande obra do Neolítico foi o estabelecimento de comunidades agrícolas em territórios socioecológicos cujas paisagens foram manejadas através da prática extrativista e agrícola. 

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Posted by Juliana Diniz in Artigo, 5 comments
A Grande Virada

A Grande Virada

“A característica mais marcante deste momento histórico não é que estamos a caminho de destruir nosso mundo — na verdade, estamos neste caminho há algum tempo — mas que estamos começando a despertar de um sono de milênios para um relacionamento totalmente novo com o nosso mundo, com nós mesmos e com os outros.” — Joanna Macy

A sociedade de crescimento industrial

A sociedade de crescimento industrial fez das pessoas engrenagens na roda da produção e do consumo e está devastando os recursos limitados da natureza. Ela nos isolou do mundo natural e nos fez perder a percepção de nossa conexão com todos os seres.

Mais ainda, ela nos fez esquecer que nós somos a própria Terra tomando consciência de si mesma. A visão analítica e mecânica característica dessa sociedade obscureceu a visão holística e orgânica dos fenômenos impedindo-nos de ver a vasta e complexa rede de relações interdependentes de todos com tudo.

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Posted by Juliana Diniz in Artigo, 7 comments
Como vocês se atrevem?

Como vocês se atrevem?

O mundo está sendo sacudido por uma voz contundente. Improvável e contundente.
 
Emocionada, como quem sente a dor da perda, Greta Thunberg explode sua mensagem no colo dos líderes da decadente sociedade industrial: “está tudo errado”.
 
Está tudo errado, e ainda assim governantes são incapazes de encarar com seriedade o descompasso desastroso do metabolismo industrial com a inteligência dos sistemas vivos.
 
“Como vocês se atrevem? Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com as suas palavras vazias. Pessoas estão sofrendo. Estamos no começo de uma extinção em massa, ecossistemas estão colapsando e tudo o que vocês conseguem é falar sobre mitos de crescimento econômico eterno. Como vocês se atrevem?”
 
Como se atrevem a subsidiar a indústria fóssil? Como se atrevem a colocar lucros corporativos acima da integridade da vida no planeta? Como se atrevem a negar o inegável?
 
A nova geração, a geração da rebelião pelo clima, coloca o dedo na cara da cúpula global e brada: “cresça!”. Cresça e tenha a seriedade de uma criança.
 
Assim, a geração de Greta toma para si a liderança e faz a maior inflexão da história. Uma virada que coloca crianças e adolescentes em um novo papel, o papel de assumir as responsabilidades que as outras gerações já deveriam ter assumido há tempos.
 
Greta Thunberg, uma voz contundente. Improvável e contundente.
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