regeneração

Liderança regenerativa

Liderança regenerativa

Para alcançarmos um futuro próspero, mais do que fazer as coisas diferente, é necessário redefinir a presença humana na Terra.

A regeneração é uma proposta de harmonização das atividades humanas com a inteligência dos sistemas vivos. Porém, a curva de aprendizagem envolvida nessa mudança é longa.

Precisamos de pessoas que nos mostrem caminhos para um futuro viável e que nos ajudem a embarcar em uma jornada de transformação. Precisamos de pessoas que assumam a responsabilidade de liderar a partir de um propósito coletivo e cuja motivação seja sanar as dores de Gaia.

A essas pessoas nós podemos dar o nome de líderes regenerativos.

Uma liderança regenerativa se expressa de diferentes maneiras a depender de seu arquétipo pessoal: como a guerreira comprometida em conter a destruição ecossocial, a curadora sensível capaz de curar as dores da Terra ou a professora motivada em transformar a percepção da realidade. Todas, no entanto, possuem uma orientação comum: reparar os danos socioambientais causados pela atividade humana e devolver uma visão de futuro próspero à humanidade.

A jornada da liderança regenerativa começa nas profundezas do lugar mais temeroso que podemos acessar. Ela começa dentro de nós mesmos.

Guiados pela premissa de que não é possível realizar a transformação que queremos para o mundo sem antes realizarmos a transformação interior de como pensamos e de quem somos capazes de ser, a liderança regenerativa cruza limiares obscuros e caminha no fio da navalha da consciência humana.

A transformação pessoal inspira a transformação coletiva. E tudo o que nós queremos é estar com pessoas que nos inspiram a ser a melhor versão de nós mesmos.

O mundo precisa de lideranças regenerativas e te convida a realizar o seu maior potencial: o de servir às necessidades da Terra e inspirar outras pessoas a fazer o mesmo.

Você é importante demais para não ser você mesma.

Foto: Christopher Burns

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Design de culturas regenerativas

Design de culturas regenerativas

Daniel Wahl, autor de Design de Culturas Regenerativas, estará no Brasil em Março para uma série de palestras e cursos e para o lançamento do seu livro em edição brasileira. Abaixo segue a resenha do livro.

Há cinquenta anos a humanidade foi presenteada com a primeira foto da Terra tirada da órbita lunar, o nascer-da-terra ou earthrise. Esta imagem — a Terra flutuando no vazio negro do espaço — mudou para sempre a perspectiva de como a enxergamos e de como nos enxergamos nela. Foi o primeiro momento em que pudemos coletivamente nos afastar e ter uma visão ampla o suficiente para perceber que estamos todos habitando um mesmo barco, a espaçonave Gaia.

Hoje, cinquenta anos depois, ainda temos dificuldade em assimilar o que significa e o que requer de nós morar em uma mesma casa flutuante. Precisamos nos afastar ainda mais. É necessário realizarmos uma perspectiva ecofilosófica capaz de perceber o significado de sermos humanos e habitantes de Gaia.

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Posted by Felipe Tavares in Texto rápido, 2 comments
Terra, mosaico de biorregiões

Terra, mosaico de biorregiões

Ao longo da vida construímos a imagem da Terra como um bloco monolítico de superfície plana. Dificilmente conseguimos ter viva a imagem de estarmos gravitacionalmente conectados à superfície de um organismo superdiverso que dança no vazio cósmico.

A Terra não é um bloco. É um conjunto de regiões altamente diferenciadas e articuladas entre si. E cada um de nós fazemos parte de alguma de suas paisagens. Inevitavelmente, o lugar onde estamos é parte do que somos. Reciprocamente, alguma biorregião depende da nossa participação apropriada na sua ecologia.

Nesse sentido, o senso de não-pertencimento que alguns de nós carregamos está relacionado diretamente com a nossa falta de identificação com um lugar, uma paisagem, uma biorregião da qual somos parte. A qual biorregião você pertence?

O que são biorregiões?

A formação geológica, as condições climáticas e as formas de vida particulares que se expressam em um determinado lugar compõe o que chamamos de biorregiões. A Terra é um mosaico de biorregiões.

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Entendendo a regeneração

Entendendo a regeneração

O primeiro passo para entender a regeneração é reconhecer que a vida se organiza em sistemas aninhados, ou seja, sistemas dentro de sistemas.

Depois é necessário compreender que cada organismo vivo possui um potencial que surge a partir de suas características únicas, de sua essência.

Este potencial, quando trabalhado e revelado, nos informa um papel regenerativo a ser desempenhado.

Este papel reflete uma atividade que permitirá com que o projeto realize uma contribuição única para a saúde e vitalidade do sistema maior em que ele está inserido.

Nesta dança opera o princípio da reciprocidade. Eu contribuo para a saúde do sistema em que estou inserido assim como este contribui diretamente para a minha saúde e prosperidade.

Assim, uma iniciativa é regenerativa a medida em que ela desempenha um papel capaz de contribuir para a vitalidade do sistema em que ela está inserida.

Agora pergunte a si mesmo: qual a contribuição que faço para o sistema de que faço parte?

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Há duas formas de se trabalhar

Há duas formas de se trabalhar

A primeira é gerenciando a entropia. Ou seja, a tentativa de controlar a desordem das coisas.

Naturalmente a vitalidade de um sistema decai com o tempo. Esta abordagem busca manter as coisas operando como estão ao tentar controlar a entropia.

Para tanto, a atenção é voltada para os problemas e gargalos. Onde houver um ponto em deterioração, faça-se um remendo.

A segunda forma de se trabalhar é cultivando a sintropia.

Sintropia é o oposto de entropia. Ou seja, é a capacidade de organização, complexificação e evolução de um sistema.

É o princípio universal dos sistemas vivos que possibilita o desenvolvimento e a evolução.

Trabalhar para a sintropia é dançar com o plano do potencial, das possibilidades do vir a ser.

Assim, podemos nos perguntar: qual potencial está presente que se realizado permitirá o sistema evoluir a ordens maiores de organização? Este problema é resultado de qual potencial não desenvolvido?

Focar na resolução de problemas é como andar para frente só que olhando para trás.

Focar no potencial é utilizar os problemas como ponto de alavancagem para um futuro melhor.

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Uma abordagem ecológica para a regeneração em escala

Uma abordagem ecológica para a regeneração em escala

A vida se organiza em sistemas dentro de sistemas. Tomar consciência e ganhar clareza deste padrão é crucial para que possamos pensar projetos capazes de realizar a transformação sistêmica que desejamos.

Os melhores guias de design para a regeneração são os princípios ecológicos. Um entendimento dos padrões fundamentais da natureza proporciona uma base sólida para a intervenção em ambientes socioecológicos de forma que é possível reestabelecer a harmonia que foi quebrada anteriormente pela aplicação dos princípios mecanicistas e pela simplificação dos sistemas vivos (BENNE e MANG, 2015). Este artigo explora três princípios ecológicos capazes de aumentar o entendimento de como é possível trabalhar o desenvolvimento regenerativo em escala.

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A regeneração é um paradigma — o que isso quer dizer?

A regeneração é um paradigma — o que isso quer dizer?

A regeneração é um paradigma fruto de uma visão de mundo particular, a visão de mundo dos sistemas vivos.

Como visão de mundo entenda uma forma particular de enxergar, entender e se relacionar com o contexto em que estamos inseridos. Para tanto, é necessário um conjunto específico de ferramentas capazes de materializar esta visão particular. Este conjunto de ferramentas é o paradigma associado.

Sendo um paradigma, a regeneração é fundamentada em conceitos e crenças particulares sobre como o mundo funciona.

Entre eles está a percepção de que todos os seres vivos são únicos e se organizam de forma aninhada com outros sistemas vivos maiores.

E também o pressuposto de que todo organismo vivo possui, a partir de suas características únicas, um potencial inerente capaz de beneficiar o sistema maior a que pertence.

Desta forma, temos que a regeneração só acontece a partir de uma relação de reciprocidade onde uma entidade viva realiza um papel capaz de gerar saúde e vitalidade para o sistema em que está inserida e que, por sua vez, é beneficiada por este sistema maior.

Assim, o paradigma regenerativo não é uma forma prescrita de se fazer as coisas. É um processo que requer educação e desenvolvimento onde aprendemos a ver o mundo com novos olhos.

O desenvolvimento regenerativo nos serve, então, oferecendo quadros conceituais que orientam nossos pensamentos de forma a alinhar as atividades humanas com a inteligência dos sistemas vivos.

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Regeneração – um catalisador para a evolução de sistemas vivos

Regeneração – um catalisador para a evolução de sistemas vivos

Sistemas vivos saudáveis estão constantemente ocupados em realizar quatro diferentes naturezas de trabalho. Todas elas são necessárias para que uma entidade viva se sustente e se desenvolva no ambiente dinâmico e complexo a que pertence.

Formulado por Charles Krone, o quadro conceitual “níveis de trabalho” descreve estas diferentes naturezas. Os níveis inferiores, operar e manter, focam em aspectos da existência, ou seja, no que já existe hoje. Já os níveis superiores, aprimorar e regenerar, focam em aspectos potenciais, isto é, o que poderia mas ainda não existe.

Em um sistema evolutivo o nível regenerar funciona como um guia para os demais permitindo que o sistema como um todo evolua em harmonia com o seu ambiente. Profissionais devem utilizar este quadro conceitual para pensar uma integração consciente entre todos os níveis de trabalho. Além disso, a partir desta formulação é possível visualizar como e onde diferentes abordagens de sustentabilidade servem e como elas podem ser potencializadas se estiverem organizadas em torno de um objetivo regenerativo (Mang e Haggard, 2016).

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Mudanças no entendimento sobre a sustentabilidade — equilíbrio, resiliência e coevolução

Mudanças no entendimento sobre a sustentabilidade — equilíbrio, resiliência e coevolução

Deixar claro como um projeto ou organização entende a sustentabilidade possibilita a definição de estratégias e metas adequadas.

Muito se fala sobre sustentabilidade, mas pouco sobre o que realmente queremos dizer com isso. O significado deste conceito está em evolução. À medida que interagimos com a realidade complexa e viva do mundo e incorporamos contribuições de ciências emergentes — como a teoria dos sistemas vivos, pensamento sistêmico e complexidade — aprofundamos e evoluímos o conceito.

É possível discernir três fases sobrepostas na evolução do conceito de sustentabilidade. Cada uma contribui para o entendimento da fase seguinte e tem uma importância particular.

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Primeiras mudanças para a prática regenerativa

Primeiras mudanças para a prática regenerativa

Alinhar o desenvolvimento social com a inteligência dos sistemas vivos passa necessariamente por uma mudança no pensamento, em como nos vemos e em como trabalhamos

Cultivar uma nova mentalidade

Os principais problemas da humanidade possuem origem no pensamento em si. Ainda está vigente uma visão de mundo desatualizada, industrialista, dominadora e patriarcal. Reduzimos a complexidade do mundo em linhas retas e em processos de causa e efeito. Transformamos tudo o que se move e cresce em máquinas newtonianas. Se a complexidade e incerteza se apresentam ficamos paralisados e tratamos logo de identificar qual peça dessa máquina iremos reparar, trocar ou remover.

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