Texto rápido

Uma questão de escala

Foto: Felipe Dias

Muitos dos nossos esforços para mudanças significativas são inefetivos por conta da escala em que atuamos.

Helena Norberg-Hodge, diretora do Local Futures, disse recentemente que “vivendo fora da escala humana somos incapazes de ver a confusão em que nos metemos”.

Os problemas que enfrentamos, como a crise climática e a polarização política, se tornaram tão grandes e complexos que não conseguimos ver com clareza como contribuímos para o seu agravamento ou dissolução.

Diante do reconhecimento de que eles são imensos, buscamos uma grande solução sem perceber que buscar uma grande resposta ou uma solução universal é parte do problema — na realidade, é o próprio problema.

Nenhum de nós será capaz de oferecer respostas para o problema como um todo porque somos incapazes de fazer sentido de tamanha complexidade. Mas todos nós podemos trabalhar localmente fazendo coisas que podem parecer pequenas, mas são promissoras. Continue reading →

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Infundir germens de bem em um mundo decadente

Foto: Jordan White

Allan Kaplan, retomando um pensamento de Rudolf Steiner, diz que “não devemos tentar interromper um processo de destruição ou decadência porque ele tem seu próprio curso, mas infundir nele germes do que consideramos como bem”.

Algo semelhante pode ser visto na dinâmica ecológica de uma horta ou agrofloresta. Quando uma planta apresenta traços de baixa vitalidade ou senescência (envelhecimento), mais do que tentar adiar seu fim e restaurar sua vitalidade com insumos externos, é interessante acelerar seu processo de morte. Uma prática fundamental no manejo agroecológico é retirar espécies antigas e fracas para abrir espaço para novas mudas e sementes crescerem com vigor.

Toda ruína é acompanhada de novas possibilidades do que pode vir a acontecer e de um potencial singular correspondente aos aspectos da identidade de um dado sistema que, nessa virada, podem vir a se atualizar. Continue reading →

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Artigo na edição temática sobre sustentabilidade da revista Política Democrática

Fomos convidados pela Fundação Astrojildo Pereira a escrever um artigo para a revista Política Democrática na sua edição temática sobre sustentabilidade.

O nosso artigo, Do reducionismo ao holismo: As limitações da sustentabilidade e a regeneração como abordagem integral, trata da mudança de pensamento, interesse e escopo de atuação sugerida pelo paradigma regenerativo.

Mesmo com o mundo inteiro adepto a painéis solares, carros elétricos, prédios verdes e outras tecnologias sustentáveis, isso não significaria a sustentação da vida. Para cuidar da vida é preciso mais do que coisas e técnicas.

A vida não existe de forma genérica. Ela acontece de forma particular em cada localidade. Cada lugar expressa diferentes padrões sociais e ecológicos. Por isso, como aprofundado no artigo, o trabalho regenerativo é sobre o engajamento de um pensamento vivo, integral e evolutivo que enxerga e coopera com os padrões de vida presentes em um lugar a fim de contribuir para a realização da sua vocação singular e expressão de maiores ordens de vitalidade, viabilidade e capacidade para evolução.

A revista conta com diversos outros artigos que abordam questões relacionadas a mudanças climáticas, Amazônia, governança ambiental, utopia e transição, ativismo ambiental dos jovens e mais.

Você pode adquirir a versão impressa da revista na loja virtual da FAP ou baixar gratuitamente a versão online.

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Apagamento de mundos

Apagamento de mundos

“Um” mundo está em crise e não “o” mundo está em crise.

O problema é que esse mundo, a civilização ocidental moderna, se globalizou às custas do apagamento de muitos mundos.

Na medida em que demonstra ser incapaz de responder aos problemas que cria — desigualdade social abissal e emergência climática, apenas para citar alguns — esse mundo é chamado a se recolher e interromper seu projeto colonizador e globalizante.

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Princípios orientadores

Os princípios descritos abaixo orientam a forma como queremos atravessar o ano de 2021 e anfitriar o Círculo Regenerativo, nossa comunidade de aprendizagem.

Um ciclo que se inicia é uma oportunidade de alinhamento das nossas ações com aquelas intenções que, a menos que sejam firmadas, nos escapam no cotidiano. Esclarecer para nós mesmos princípios orientadores tem um poder organizativo e cuida para que sigamos em uma direção de maior potencial.

O Círculo é resultado do desabrochar das nossas percepções acerca do que significa desenvolvimento, aprendizagem e comunidade. Os princípios abaixo sugerem uma ética de conexão com a vida e de realização humana que informa como queremos conduzir o Círculo e participar do mundo. Continue reading →

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O que faz uma comunidade vibrante e próspera?

O que faz uma comunidade vibrante e próspera?

Na primeira investigação coletiva que tivemos no Círculo Regenerativo, a nossa comunidade de prática online, nos perguntamos: O que faz uma comunidade vibrante?

Foi muito bonito estar em um espaço com uma riqueza enorme de perspectivas e experiências de vida. Ficou claro a potência de nos juntarmos para refletirmos sobre coisas que importam.

Neste texto eu trago os aprendizados que tive a partir das reflexões das pessoas presentes no encontro.

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O avanço do paradigma regenerativo

A regeneração — em sua multiplicidade — está florescendo e ganhando importância em um ritmo muito mais acelerado do que poderíamos prever.

Alguns sinais nos mostram que a narrativa regenerativa quebrou barreiras culturais significativas e continua despertando o interesse em diferentes espaços.

A publicação do livro Design de culturas regenerativas em 2019 pela Editora Bambual e sua rápida aceitação pelo público ampliou consideravelmente o alcance do movimento no Brasil.

A discussão cresceu impulsionada por entusiastas como nós do IDR que publicamos mais de 120 artigos, textos rápidos e podcasts; pelo grupo Design Regenerativo no facebook idealizado pela Flavia Vivacka com quase três mil membros; pelas excelentes comunicadoras do Futuro Possível e mais e mais ativadores que chegam a cada dia.

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Senciência, inteligência e agência

Senciência, inteligência e agência

O amadurecimento humano sentido uma expressão cada vez mais potente da própria humanidade implica o desenvolvimento contínuo e harmônico de três naturezas distintas de capacidades — senciência, inteligência e agência pessoal.

Senciência diz respeito à percepção ampliada do entorno e à autopercepção consciente. É sobre perceber e sentir o mundo — inclusive o mundo interno próprio e o mundo interno de outras pessoas — com os sentidos físicos e sutis. Inclui qualidades como atenção plena e calma interior, escuta profunda e observação aberta, sensibilidade e cuidado, empatia e compaixão.  Continue reading →

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Autotransformação a serviço da transformação sistêmica

Autotransformação a serviço da transformação sistêmica

Uma das intenções do praticante regenerativo é a de “tornar-se um atualizador de sistemas” — engajar o trabalho de desenvolvimento pessoal a serviço da transformação sistêmica. 

Esse princípio nos orienta na busca por uma participação apropriada em nossos contextos e traz importantes insights sobre onde buscar sentido e propósito. Continue reading →

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A maior riqueza humana

A maior riqueza humana

A maior riqueza humana é pertencer a uma comunidade vibrante e amorosa.

Uma comunidade é um grupo de pessoas que se preocupam genuinamente com o bem estar uns dos outros.

É uma oportunidade para praticar o cuidado desinteressado e enxergar no outro os seus próprios desajustes.

É um espaço de crescimento e autorrealização, de regozijo e do trabalho árduo de diluir o ego-vivente.

Estar em comunidade é um privilégio e uma penitência.

É um círculo de fortalecimento dos seus valores e de experimentação da sua própria fragilidade.

É um exercício de apoio mútuo e uma prática de expansão das nossas capacidades sensoriais.

Uma comunidade vibrante e amorosa é uma oportunidade para sermos humanos juntos de um jeito diferente.

É a prática do nosso ser relacional.

É uma oportunidade para interser.

Foto: Rita Vicari

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