A separação espiritual ou psicológica

A separação espiritual ou psicológica

Por todo o mundo as pessoas concordam que a civilização moderna está falida e que enfrentamos enormes desafios que nos exigem uma profunda mudança pessoal e social. Provavelmente não concordamos em relação às soluções, mas concordamos sobre os problemas. Podemos resumir os problemas do mundo em três cenários: a separação ecológica, a separação social e a separação espiritual ou psicológica¹.

A separação espiritual ou psicológica

Enquanto a separação ecológica trata da desconexão entre o “eu” e a “natureza” e a separação social da desconexão entre o “eu” e o “outro”, a separação espiritual ou psicológica diz respeito à desconexão entre o “eu” e o “Eu” — entre quem eu sou hoje e quem eu posso ser amanhã. O “eu” representa também o nosso “eu limitado” enquanto o “Eu” trata do “eu potencial”. 

A desconexão entre esses dois “eus” resulta na intensificação de sintomas de stress, esgotamento, ansiedade, depressão e até risco de suicídio. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a depressão é um transtorno comum em todo o mundo atingindo mais de 300 milhões de pessoas pelo globo. Diferente de uma tristeza transitória, ela é uma doença psiquiátrica crônica e recorrente caracterizada por alteração de humor associada a sentimentos de amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa. 

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A separação social

A separação social

Por todo o mundo as pessoas concordam que a civilização moderna está falida e que enfrentamos enormes desafios que nos exigem uma profunda mudança pessoal e social. Provavelmente não concordamos em relação às soluções, mas concordamos sobre os problemas. Podemos resumir os problemas do mundo em três cenários: a separação ecológica, a separação social e a separação espiritual ou psicológica¹.

A separação social

A separação social é bem conhecida por todos nós. Invariavelmente nos deparamos com as suas consequências em nosso cotidiano. Ela diz respeito aos níveis crescentes de desigualdade, injustiça e tensões sociais.

Enquanto 1,5 é o número que define a separação ecológica porque representa a pegada ecológica da humanidade no planeta, 8 é um dos números que define a separação social. Hoje, 8 bilionários possuem tanta riqueza quanto as 3,6 bilhões de pessoas que compõem a metade mais pobre do planeta. Também é verdade que a riqueza acumulada pelo 1% mais abastado da população mundial equivale à riqueza dos 99% restantes. Estes números são parte de um relatório da Oxfam — ONG britânica anti-pobreza — baseado em dados da revista de negócios Forbes e no relatório do banco Credit Suisse sobre distribuição da riqueza global. 

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Planeta com vida ou planeta vivo?

Planeta com vida ou planeta vivo?

Qual a diferença entre um planeta com vida em sua superfície e um planeta vivo?

Um planeta com vida em sua superfície está reduzido à escala humana. Um planeta vivo possui agência e transcende o tempo e espaço humano.

Um planeta com vida serve à evolução de seus habitantes. Um planeta vivo é o resultado da evolução em simbiose com aqueles que o habita.

Um planeta com vida em sua superfície é um depósito de recursos. Um planeta vivo é mãe e templo sagrado.

A forma como enxergamos a Terra muda a forma como interagimos com ela.

Estamos trabalhando em um planeta com vida em sua superfície ou em um planeta vivo?

Foto: Felipe Tavares

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A separação ecológica

A separação ecológica

Por todo o mundo as pessoas concordam que a civilização moderna está falida e que enfrentamos enormes desafios que nos exigem uma profunda mudança pessoal e social. Provavelmente não concordamos em relação às soluções, mas concordamos sobre os problemas. Podemos resumir os problemas do mundo em três cenários: a separação ecológica, a separação social e a separação espiritual¹.

A separação ecológica

A separação ecológica diz respeito à separação que existe entre o “eu” e a “natureza”. Nós, enquanto economia global, usamos anualmente os recursos naturais 1,5 mais rápido que a sua capacidade de regeneração. Isso quer dizer que estamos esgotando os recursos naturais a cada ano. Embora tenhamos apenas um planeta, deixamos uma pegada ecológica de 1,5 planetas. Estamos usando 50% mais recursos do que os sistemas vivos são capazes de regenerar para atender às nossas atuais necessidades de consumo.

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A Tétrade

A Tétrade

Uma ferramenta sistêmica para a mudança de ordem

O principal objetivo de atividades estruturadas é a mudança de ordem. Precisamos transformar algo simples em algo mais complexo e ordenado. Ao cozinhar transformamos alimentos não preparados em uma refeição. Ao tecer fazemos de fios tramas complexas e úteis. Atividades cognitivas seguem a mesma lógica: conferimos sentido à símbolos e transformamos percepções em aprendizados. Estas atividades são estruturadas. Elas possuem uma intenção clara e são organizadas para que uma mudança ocorra.

Acontece que geralmente lidamos com os nossos projetos, como empreender ou se formar, com pouca clareza e orientação. E isso é meio caminho andado para resultados abaixo da nossa expectativa.

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Descolonizar é preciso

Descolonizar é preciso

Ainda que os regimes coloniais institucionalizados tenham acabado, a herança colonial permeia a estrutura social e a mentalidade das pessoas. A colonialidade é a face oculta da modernidade que persiste nos dias atuais. Descolonizar segue sendo preciso e urgente.

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Crise de percepção

Crise de percepção

As crises ecológica, social e econômica não são crises distintas e separadas, mas diferentes expressões de uma só: a crise de percepção.

Vivemos um paradoxo: nos orgulhamos da racionalidade humana e dos feitos tecnológicos, mas é esse mesmo pensamento a causa dos nossos maiores problemas. Esta é a tese central do autor Fritjof Capra e de outros pensadores.

A mentalidade dominante da sociedade hoje possui origem no encantamento com a máquina. Esta foi uma grande novidade e motivo de fascínio: “um instrumento grandioso fruto da racionalidade humana que irá solucionar muitos problemas e aliviar o sofrimento das pessoas”. Hoje, essa abordagem ainda sustenta manchetes como “Esta gigantesca máquina que remove CO2 do ar poderá transformar a luta contra a mudança climática”.

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O seu projeto é a sua revelação

O seu projeto é a sua revelação

O seu projeto não é apenas um projeto. Não é a soma das plantas baixas das suas edificações e nem o conjunto de suas diretrizes internas. Não é a sua cadeia de produção e nem o serviço que você presta.

A sua empresa ou organização não é apenas isso: uma empresa ou uma organização. Ela é a expressão última do seu ser. É o reflexo das suas percepções básicas sobre o mundo, das suas ideologias invisíveis e do seu sistema de crenças. Ela é a sua assinatura energética, a sua declaração de visão e o seu voto de confiança. É a sua maior contribuição para o futuro que você ajuda a construir hoje.

O seu projeto é muito mais do que um projeto. É o seu veículo de liderança, o seu instrumento para a transformação e o seu desejo revelado. É a história que você conta e é o que diz para o mundo sobre as histórias que você acredita. O seu projeto é a sua revelação, é a sua história, as marcas da sua evolução e a trilha da sua caminhada.

A todo momento precisamos escolher. Hoje você pode escolher contar uma nova história. Pode reinventar o seu projeto e transformar o seu futuro. Pode alinhar a sua ação com aquilo que você acredita que há de melhor em você. Pode começar a construção do legado que amanhã irá te orgulhar.

Foto: Quino Al

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Um mundo vivo

Um mundo vivo

Não só fazemos parte de uma teia viva como o planeta em si é uma entidade viva: Gaia. Essa percepção nos dá uma nova motivação enquanto sociedade. Os nossos dons e talentos — cultura e tecnologia, por exemplo — ganham um novo sentido.

Não mais temos que impor o nosso design no mundo através da dominação pois reconhecemos que existe uma inteligência viva. O mundo deixa de ser uma aleatoriedade errante e passa a ser um organismo vivo e inteligente. O planeta passa a ter uma essência e um sonho.

O nosso papel, então, é contribuir para a realização deste sonho. Abdicamos do nosso ímpeto colonizador, aquele que quer conhecer para dominar, e reconhecemos Gaia. Ao reconhecer Gaia, nos percebemos enquanto co-criadores da vida.

O nosso objetivo, então, é participar de forma apropriada. Observar, ouvir, sentir, pensar… para então contribuir. Contribuir com Gaia, que é, de fato, contribuir com nós mesmos.

Foto: Christopher Alvarenga

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Aprender a desaprender

Aprender a desaprender

Para que aprendizados profundos ocorram, aqueles que mudam vidas e organizações, é necessário aprender a desaprender.

Nós aprendemos sobre como o mundo funciona, qual a nossa identidade, quais sonhos são válidos e como devemos nos comportar. Isso nos dá uma estrutura que sustenta as nossas opiniões. Precisamos abalar essa estrutura.

É preciso cultivar a desaprendizagem, dissolver a rigidez e abrir espaço para novas percepções. Desaprender talvez seja o maior aprendizado — esquecer o velho e inadequado para alinhar-se com o futuro.

Isso porque ao desaprender damos as boas vindas à reinvenção. Podemos fazer isso nos dando conta de que encaramos o mundo através de uma lente específica — que herdamos hábitos e protocolos de concepções ultrapassadas — e assim suspender essas premissas, reavaliá-las e escolher a direção que nos faz sentido.

Somando-se a isso temos outro elemento importante: a urgência. Os tempos são urgentes, vamos desacelerar. Este é o conselho contraintuitivo do autor Bayo Akomolafe. O mundo clama por transformações urgentes. Vamos então nos aquietar. A pressa por respostas tece o problema junto à solução. Então não tenha pressa.

Assim, desacelerar abre espaço para o desaprender. Desaprender abre espaço para melhores perguntas que, por sua vez, geram respostas condizentes com os desafios de nosso tempo.

Partindo do ensinamento de Bayo, podemos dizer: O conhecimento é a maior riqueza da humanidade, vamos desaprender.

Foto: Ivan Bandura

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