Felipe Tavares

Trabalho para conciliar o desenvolvimento social com a inteligência dos sistemas vivos. Acredito que a sustentabilidade começa com uma mudança de pensamento e não de técnicas.
Trabalho para conciliar o desenvolvimento social com a inteligência dos sistemas vivos. Acredito que a sustentabilidade começa com uma mudança de pensamento e não de técnicas.
Participação

Participação

A participação não é uma escolha.

Estamos fadados à participar da dança da vida, essa grande teia de relacionamentos interdependentes.

Podemos, porém, escolher como participar.

Isso significa que tudo o que fazemos ou deixamos de fazer importa. Significa que as nossas escolhas importam.

Mas para que haja a possibilidade da escolha é necessário o exercício do discernimento.

Um antigo ditado ensina que “se a única ferramenta que você tem é um martelo, tudo começa a se parecer com um prego”.

Se os únicos modelos mentais que você possui são aqueles que nos colocaram em risco existencial, as suas soluções vão provavelmente agravar o problema.

Precisamos nos alfabetizar na ciência da evolução dos sistemas vivos.

Podemos escolher participar como sendo um sistema vivo em coevolução mutualística com todos os outros seres.

O desenvolvimento e design regenerativo é um método alinhado com a inteligência da vida que nos ajuda a participar de forma apropriada.

Felizmente, no começo de 2020, poderemos estar juntos presencialmente para trabalharmos a nossa participação e a participação dos nossos projetos.

O curso de introdução ao desenvolvimento regenerativo será oferecido em Uberlândia, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.

Se este for um bom momento, será uma honra e um prazer estarmos juntos.

Foto: William Recino

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Investimento regenerativo

Investimento regenerativo

Todo trabalho que realizamos mobiliza um esforço. Este esforço é um investimento, é um aporte de energia em algo do qual esperamos obter um retorno futuro. Este “algo” que criamos com um investimento, envolvendo dinheiro ou não, pode ser chamado de ativo.

A permacultura nos ajuda a entender estes investimentos a partir de três categorias. A primeira é o investimento degenerativo. Assim que o investimento foi feito o ativo criado começa a se deteriorar. Para que este se mantenha funcional é necessário um aporte contínuo de novos investimentos. Além disso, esses ativos comprometem a saúde local ao criar benefícios de curto prazo através da extração e esgotamento dos recursos do sistema. Em outras palavras: o sistema como um todo é empobrecido e o valor gerado pelo ativo sempre está em decadência. Exemplos disso são carros, estradas e prédios. Apesar de necessários, se tivermos um excesso desses “ativos” em um projeto ou região estes irão empobrecê-lo a longo prazo. Ao final o recurso investido é degenerado, ou seja, não retorna.

A próxima é o investimento generativo. Neste tipo de investimento você coloca o recurso em uma atividade e obtém um retorno proporcional ao investimento feito. A agricultura anual se comporta desta maneira. Após todo o investimento inicial você recebe o benefício da colheita mas retorna ao ponto de partida. Para que esta atividade gere mais recursos ou benefícios é necessário um novo investimento semelhante ao anterior. Isto é um investimento generativo: você coloca recurso, você retira, e então está no mesmo lugar de onde partiu.

Outra forma de entender os investimentos generativos é que estes nos permitem economizar recursos e necessitam de pouca manutenção ao longo do tempo. Estes ativos necessitam de um investimento inicial, não nos oferecem um lucro direto mas economizam mais energia em seu ciclo de vida do que foi necessário para criá-lo. As ferramentas são bons exemplos: elas facilitam e otimizam as nossas atividades e podem ser utilizadas para criar coisas úteis e até mesmo consertar outras ferramentas. Placas solares e biodigestores também são exemplos de investimento generativo pois economizam ou geram mais energia do que foi necessário investir para obtê-la.

O terceiro tipo é o investimento regenerativo. A sua principal característica é que ele melhora e aumenta o seu valor ao longo do tempo. Um bom exemplo é uma árvore ou uma agrofloresta. Com o passar do tempo a manutenção diminui enquanto a colheita aumenta. Em um dado momento o retorno é muito maior do que o investimento inicial. Este é o tipo de investimento que queremos maximizar em nossos projetos. São investimentos que geram benefícios crescentes a longo prazo.

Em projetos de base territorial ou em organizações o Desenvolvimento e Design Regenerativo (DDR) gera valor ao criar uma rede de cooperação em que cada membro pode desempenhar o seu maior potencial a partir de uma direção regenerativa comum. Com o passar do tempo o entendimento da dinâmica socioecológica aumenta, os laços são fortalecidos, a motivação e espírito local é elevada e o retorno social, econômico e ecológico supera em muito o investimento inicial.

Investimentos degenerativos são necessários em muitas ocasiões. Porém, ao colocá-los a serviço de uma atividade fundamentada em um investimento regenerativo conseguimos fazer com que o ativo que se deteriora ajude a gerar valor crescente a longo prazo. Ao equilibrar estes tipos de investimento conseguimos gerar riqueza e saúde social e ecológica.

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O que é a vida? — Uma comunidade regenerativa

O que é a vida? — Uma comunidade regenerativa

Escrito por Daniel Christian Wahl e traduzido por Felipe Tavares.

A vida — como um processo planetário — é uma comunidade regenerativa! Nas palavras de Janine Benyus: “A vida cria condições propícias ​​à vida”.

Para mim, a palavra “regenerativo” refere-se à capacidade inerente da vida de expressar a essência única de cada lugar através de diversidade elegantemente adaptada. Essa diversidade não apenas muda constantemente e evolui para níveis mais altos de complexidade e colaboração, como também contribui para tornar o local mais abundante, vibrante e favorável a mais vida ao longo do tempo.

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#6 Crise e regeneração | com Eduard Muller

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Eduard Muller (Costa Rica) é fundador e diretor da Universidad para la Cooperación Internacional (UCI) e um agente ativo para a regeneração global. Movimenta o Hub Regenerativo da Costa Rica, participa da Regenerative Communities Network (Capital Institute) e é membro da comissão de Desenvolvimento Regenerativo do Commonwealth Institute (Inglaterra). Recentemente lançou o Certificado em Empreendedorismo Regenerativo pela UCI juntando importantes nomes em um mesmo curso. Nesta conversa Eduard explorou a interface entre crise e regeneração.

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O caminho das organizações regenerativas

O caminho das organizações regenerativas

O primeiro passo de uma organização regenerativa é assumir a responsabilidade pela mudança. Isso significa ir além da conformidade, ou seja, deixar de estar satisfeito por apenas cumprir as obrigações legais. Isso não é suficiente. 

A organização regenerativa está a serviço de algo maior do que  si mesma. Assim, ela sai da conformidade e vai para a autorresponsabilidade pois entende que deve desempenhar um papel ativo na regeneração local. Ela acredita, profundamente, que possui a obrigação de contribuir por um mundo mais íntegro. Essa é a sua maior preocupação.

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Petróleo e o cerne da questão

Petróleo e o cerne da questão

O derramamento de petróleo que atingiu o litoral brasileiro e a cobertura da mídia deixa claro a incapacidade dos meios de comunicação de discutir o cerne da questão. É preciso reformular o problema.

É certo que a origem do derramamento, os impactos imediatos, o envolvimento dos voluntários na limpeza e os desdobramentos políticos são importantes e dignos de nota. Também é crucial, na era da pós-verdade, tomar algum tempo para desmentir notícias falsas. Mas não podemos aceitar o discurso superficial do “a culpa não é minha”.

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#5 Geração de sentido

Ouça em outro app.

Se não estivermos buscando ativamente fazer sentido do mundo, alguém o fará por nós. Neste programa eu converso com o Danilo da Rádio Emergir sobre as nuances e profundezas do “gerar sentido”, ou sensemaking. Este foi um dos episódios mais profundos e interessantes que gravei, chegue para a conversa.

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Como vocês se atrevem?

Como vocês se atrevem?

O mundo está sendo sacudido por uma voz contundente. Improvável e contundente.
 
Emocionada, como quem sente a dor da perda, Greta Thunberg explode sua mensagem no colo dos líderes da decadente sociedade industrial: “está tudo errado”.
 
Está tudo errado, e ainda assim governantes são incapazes de encarar com seriedade o descompasso desastroso do metabolismo industrial com a inteligência dos sistemas vivos.
 
“Como vocês se atrevem? Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com as suas palavras vazias. Pessoas estão sofrendo. Estamos no começo de uma extinção em massa, ecossistemas estão colapsando e tudo o que vocês conseguem é falar sobre mitos de crescimento econômico eterno. Como vocês se atrevem?”
 
Como se atrevem a subsidiar a indústria fóssil? Como se atrevem a colocar lucros corporativos acima da integridade da vida no planeta? Como se atrevem a negar o inegável?
 
A nova geração, a geração da rebelião pelo clima, coloca o dedo na cara da cúpula global e brada: “cresça!”. Cresça e tenha a seriedade de uma criança.
 
Assim, a geração de Greta toma para si a liderança e faz a maior inflexão da história. Uma virada que coloca crianças e adolescentes em um novo papel, o papel de assumir as responsabilidades que as outras gerações já deveriam ter assumido há tempos.
 
Greta Thunberg, uma voz contundente. Improvável e contundente.
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