Este ano estamos dedicados a construir um currículo de base para apoiar a prática regenerativa.
Sendo uma prática para a transformação de sistemas vivos, a regeneração se apoia amplamente no pensamento sistêmico. Nos próximos meses é por aí que vai caminhar a nossa atenção.
Por exemplo, você sabe o que é um problema do tipo relógio e um problema do tipo nuvem? Essa é talvez a primeira distinção que precisamos fazer ao entrar neste universo de sistemas.
Alguns tipos de problemas se assemelham a um relógio. Possuem fronteiras bem definidas, relações de causa e efeito conhecidas e as partes podem ser identificadas e reparadas. Os problemas de engenharia, a partir de um olhar pontual, são problemas do tipo relógio. Eles são problemas estáveis em que há um entendimento comum sobre qual é o problema e qual solução o resolverá.
Isso não significa que problemas relógio (ou tame) são problemas simples. Eles podem ser problemas extremamente complicados que requerem um esforço coletivo coordenado, como a construção de um grande avião comercial.
Porém, problemas de caráter social, ecológico e econômico são problemas complexos que se assemelham mais com uma nuvem. São problemas difíceis de se entender e definir suas fronteiras, são imprevisíveis e mudam constantemente.
Ou seja, precisamos aprender a lidar com sistemas complexos e dinâmicos. Embora isso seja pouco usual para nós, não é mais difícil do que aquilo que já fazemos. É uma reorientação do pensamento para incorporar a natureza sistêmica da vida.
O quadro conceitual Cynefin é um modelo mental que nos ajuda a gerar sentido em sistemas complexos. Este quadro nos ajuda a identificar e qualificar quatro tipos de sistemas: simples, complicados, caóticos e complexos. Este discernimento é crucial para a visão sistêmica da vida.