Renúncia ao prestígio

O ser humano nasce com habilidades latentes que chamamos de dons. Quando desenvolvidos os dons se tornam talentos, isto é, algo que é feito com competência e facilidade. 

A auto-realização implica desenvolver dons e exercer talentos a serviço de uma causa que nos faça sentido. Mas, em decorrência da influência exercida sistema educacional e do apego às carreiras convencionais, é difícil reconhecer e celebrar a diversidade dos dons humanos.

Em algum momento cedemos às nossas famílias e ao sistema socioeconômico e fazemos uma escolha autômata em detrimento da visão que pulsa internamente. Além disso, o ego, enaltecido socialmente, sonha com coisas grandiosas e alimenta a fantasia de realizar algo fabuloso. 

Em busca de grandes realizações, nos submetemos à lógica meritocrática e nos sujeitamos às carreiras que envolvem maior prestígio. No entanto, tomar o prestígio como direção apenas nos impede de ter acesso ao que de melhor podemos fazer. Afinal, o que importa é o quanto a ação transcende a conformidade e é realizada com autenticidade.

Estar em consonância com a nossa visão não exige títulos ou premiações. Em vez disso, requer coerência interna e disposição para experimentar a si mesmo a partir dos recursos já disponíveis. É preciso intenção clara e firme dedicação para não se render aos protocolos de sucesso e ancorar a visão que ressoa em nossos corações. 

Mais importante do que o reconhecimento recebido a partir do que fazemos é o contentamento e a integridade experimentados no fazer.

“O planeta não precisa de mais ‘pessoas de sucesso’. O planeta precisa desesperadamente de mais pacificadores, curadores, restauradores, contadores de histórias e amantes de todo tipo. Precisa de pessoas que vivam bem nos seus lugares. Precisa de pessoas com coragem moral dispostas a aderir à luta para tornar o mundo habitável e humano.  Essas qualidades têm pouco a ver com o sucesso tal como a nossa cultura o tem definido.”

— Dalai Lama

Este texto faz parte do ebook “A jornada humana em busca da visão”. Baixe o ebook gratuitamente.

Foto: Amber Stevens

Posted by Juliana Diniz

Através da conciliação entre desenvolvimento humano e social e a inteligência dos sistemas vivos, facilito processos de aprendizagem e transformação pessoal e coletiva que promovam a saúde planetária e protejam a memória biocultural da Terra.

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