Objetivos regenerativos

Como gerar um processo em que os objetivos estabelecidos por um projeto impulsionam a evolução dos seus lugares?

Como fazer com que os projetos prosperem mesmo depois da saída dos seus iniciadores?

Nas últimas semanas estivemos trabalhando na Capacitação em Desenvolvimento Regenerativo a importância de tomar o potencial local como fundamento dos projetos. Agora vamos trabalhar as características que devem ter os objetivos de um projeto que pretende contribuir para a regeneração do seu território.

Aproveitamos para postar no blog do IDR um pouco do que estamos discutindo.

Começando pelo potencial local

Identificar o potencial local cria as condições iniciais para o envolvimento dos projetos com os seus lugares. Ver um novo potencial é quase sempre uma fonte de energia, mas aproveitar e investir essa energia para levar um projeto adiante requer o estabelecimento de objetivos estratégicos. É através da definição de objetivos apropriados que ambos, o projeto e o seu lugar, podem realmente evoluir.

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Podcast: A teoria de mudança do desenvolvimento regenerativo

Esse episódio é uma aula onde o Felipe Tavares apresenta a linhagem do desenvolvimento regenerativo, os princípios da regeneração na sua aplicação em projetos e o estudo de caso do Instituto Ecos na Educação que atua na Serra da Canastra. Nesse estudo de caso os princípios da regeneração foram usados como diretrizes de design para apoiar um processo de redescoberta de propósito do Ecos. Continue reading →

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Comunicação como um convite à mudança

Comunicação como um convite à mudança

Uma das transformações mais impactantes proporcionadas pelo desenvolvimento regenerativo é a capacidade de renovar nossa visão de mundo, descobrindo novos potenciais e alternativas criativas que redefinem nosso senso de identidade, nosso campo profissional e nossos valores pessoais.

É natural desejarmos dividir esse entusiasmo e tais revelações com outros, e de fato, é crucial que essa experiência alcance as equipes, organizações e sistemas dos quais fazemos parte. No entanto, o entusiasmo por si só não é suficiente para uma comunicação bem-sucedida.

A realidade é que notamos que a comunicação é um desafio recorrente para os agentes da regeneração. Isso ocorre, em parte, pelo uso de um novo vocabulário, que reflete uma maneira diferente de ver e pensar e exige diversas mudanças mentais.

Portanto, em vez de explicar as ideias e conceitos do paradigma regenerativo, enfatizamos a necessidade de um processo de visualização e engajamento para tornar o conhecimento acessível e experiencial.

O quadro conceitual “Níveis de Comunicação”, criado por Charles Krone, nos ajuda a entender diferentes naturezas de comunicação e a fazer escolhas mais conscientes. Este modelo é uma hierarquia que mostra como a natureza da comunicação se transforma à medida que avançamos para níveis mais profundos de significado e mudança.

Projetar um processo no qual a comunicação é vivenciada como um convite recíproco à transformação requer, no mínimo, um design no nível de engajamento. O quadro conceitual “Comunicação à quinta potência” descreve cinco etapas em um processo de comunicação. Em cada etapa trabalhamos no desenvolvimento da função, do ser e da vontade. Seu objetivo é criar a experiência de realizar algo valioso, enquanto ao mesmo tempo crescemos e aprendemos juntos. A comunicação baseada neste modelo constrói a abertura, o entendimento e o compromisso contínuo necessários para que todos estejam plenamente engajados no processo e capazes de desenvolver e contribuir com novos pensamentos e criatividade.

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Tornando-se recurso

Um dos grandes desafios que encontramos com o paradigma regenerativo é o de desenvolvermos a capacidade de sermos recurso para o desenvolvimento de pessoas, comunidades e organizações.

Apoiados no trabalho da Carol Sanford, entendemos que ser recurso demanda de nós presença, consciência, disciplina, abertura e profundidade.

Para sermos capazes de nos engajar em um diálogo desenvolvimental e construtivo precisamos estar conscientes do que é bem-vindo e do que não é bem-vindo nestas interações. Continue reading →

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Permanência, longevidade e viabilidade

Sinergias entre o desenvolvimento regenerativo e os ensinamentos de E. F. Schumacher

Foto: Skylar Jean

“Sob um ponto de vista econômico, o conceito central da sabedoria é a permanência. Temos de estudar a economia da permanência. Nada faz sentido economicamente salvo se sua continuidade por longo tempo puder ser projetada sem incorrer em absurdos. Pode haver ‘crescimento’ rumo a um objetivo limitado, mas não pode haver crescimento ilimitado e generalizado.” — E. F. Schumacher

A preocupação com a longevidade dos empreendimentos humanos também está no cerne do desenvolvimento regenerativo, afinal regeneração é sobre aumentar o potencial ou recuperar a vitalidade perdida de um sistema vivo.

Ao liderarmos ou apoiarmos um projeto, a lente do desenvolvimento regenerativo sempre nos leva a perguntar:

Quais condições devemos criar no projeto, no lugar do projeto e nos atores envolvidos para que eles sigam se desenvolvendo e realizando novos potenciais mesmo após a nossa saída?

Que tipo de intervenção devemos fazer para que eles cresçam para além da nossa contribuição inicial? Continue reading →

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Regeneração: Um olhar vivo

Regeneração: Um olhar vivo

A mudança de concepção que o paradigma regenerativo propõe faz parte de uma antiga discussão na filosofia ocidental. 

Fritjof Capra descreve essa discussão como uma tensão entre substância e padrão, o que gerou duas linhas de investigação científica diferentes: o estudo da matéria e o estudo da forma

Segundo Capra (2016), o estudo da matéria começa com a pergunta “Do que é feito?” e leva a noções de elementos básicos e partes constitutivas, tendo como objetivo medir e quantificar. Já o estudo da forma pergunta “Qual é o padrão?” e aborda noções de ordem, organização e relacionamentos. Em vez de se concentrar em quantidade, o enfoque é na qualidade; em vez de medir, busca mapear.

Entender essa diferença é essencial para entender a proposta de valor do paradigma regenerativo. Enquanto sociedade contraímos a cegueira do reducionismo, o que nos fez focar demasiadamente nas partes e negligenciar as integralidades. Mas pessoas, organizações e cidades são sistemas integrais e se assemelham mais com sistemas vivos do que com máquinas, como nos fizeram acreditar. 

É importante, então, reconhecermos as limitações culturais que herdamos e nos colocarmos em um lugar proativo de descoberta e investigação para que possamos cultivar um olhar sistêmico e integral. E é esta a proposta do desenvolvimento regenerativo: nos afastar do pensamento reducionista e nos aproximar do pensamento sistêmico evolutivo.

Foto: Josh Sorenson

Referência: The Systems View of Life – A Unifying Vision (Capra e Luisi, 2016)

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A regeneração como um nível de trabalho

A regeneração como um nível de trabalho

Existem quatro naturezas de trabalho que todo sistema vivo — seja um organismo biológico, organizações humanas, territórios ou pessoas — deve desempenhar constantemente para se manter viável e próspero no ambiente dinâmico e complexo a que pertence.

Formulado pelo consultor organizacional Charles Krone na década de 70, o quadro conceitual Ordens ou Níveis de trabalho descreve essas diferentes naturezas de trabalho. O quadro se apoia no pensamento sistêmico e no trabalho de David Bohm.

Os níveis de trabalho inferiores, operar e manter, focam em aspectos da existência, isto é, no que já existe hoje. Os níveis superiores, aprimorar e regenerar, focam em aspectos potenciais, ou seja, no que existe mas ainda não foi manifestado.

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Fenomenologia e Desenvolvimento Regenerativo

 

Na próxima segunda nos encontramos com a comunidade do Círculo Regenerativo para trabalhar a fenomenologia aplicada ao desenvolvimento territorial e à regeneração dos lugares.

Desde que conhecemos a abordagem do Desenvolvimento e Design Regenerativo percebemos — e nos foi dito — que ela tem um fundamento fenomenológico, embora essa relação não esteja totalmente explícita nos materiais e diálogos que já tivemos com o grupo Regenesis, os precursores da metodologia. Então, resolvemos nós destrinchar a conexão entre essas duas abordagens que nos parecem tão próximas e complementares. Neste encontro queremos compartilhar o que estamos descobrindo com essa pesquisa.

De antemão, podemos dizer que ambas compartilham de uma visão de mundo que tem na sua base o interesse genuíno pelo modo como se comportam fenômenos vivos. Do ponto de vista prático, ambas oferecem processos e métodos capazes de criar um processo consensual de design baseado em princípios de funcionamento da vida como os de holismo/integralidade, evolução/desenvolvimento, essência/singularidade, complexidade, emergência etc. Continue reading →

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Vamos praticar? (convite para ampliar a percepção)

Foto: Mauro Moura

No fim do último email que enviamos na newsletter havia um “convite para aumentar a percepção”. O texto do email abordava a relação entre saúde, liberdade e autoconsciência a partir da perspectiva antroposófica e fazia um convite para a tomada de consciência a respeito do que pode estar sendo dito por uma situação que nos toca e provoca.

Com esse email quero reforçar o convite feito e indicar alguns movimentos de um modo de observar fenomenologicamente eventos cotidianos. O que segue aqui é uma derivação para observar fenômenos humanos e sociais a partir da metodologia de observação de fenômenos naturais de Goethe. Continue reading →

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Saúde, liberdade e autoconsciência (e fenomenologia)

Foto: Ahmad Odeh

 

“A nossa mais elevada tarefa deve ser a de formar seres humanos livres que sejam capazes de, por si mesmos, encontrar propósito e direção para suas vidas.” — Rudolf Steiner

Essa é uma célebre frase de Rudolf Steiner que traduz sua filosofia da liberdade.

Para a Antroposofia, ciência espiritual iniciada por Steiner, é de extrema importância que os seres humanos se desenvolvam através da (e em direção à) liberdade, e que todo o processo de desenvolvimento humano facilitado pelos pais, educadores e demais profissionais da área contribua para isso.

Realizar um Eu livre no mundo significa experienciar o amadurecimento biológico, psicológico e espiritual sendo capaz de transformar os desafios biográficos de forma autêntica por um Eu que traz consigo uma vocação singular e se manifesta por meio da autoconsciência.

Nesse sentido, liberdade tem a ver com a atuação comprometida deste Eu na metaformose daquilo que constitui o indivíduo mas que, de alguma forma, impede a expressão autêntica da sua individualidade. Vamos aprofundar nisso. Continue reading →

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