A sociedade da informação — que por um lado ampliou a nossa capacidade de gerar sentido e inteligência coletiva — está ruindo uma das capacidades humanas mais fundamentais: a atenção.
Reclamamos da falta de tempo sem nos dar conta de que o que nos falta mesmo é atenção.
Para sustentarmos uma vida com significado é crucial sentirmos que estamos realizando novos potenciais: aprendendo novas habilidades, conhecimentos ou avançando no caminho de autodesenvolvimento.
Estes são trabalhos relevantes que requerem comprometimento e profundidade. E é absolutamente impossível estar em profundidade com uma atenção rasa.
A atenção é um aspecto central sobre o que significa ser humano e sobre a sua capacidade de ter alguma soberania sobre a sua presença na Terra.
Não é difícil perceber qual é o maior consumidor de atenção hoje. Os efeitos da interrupção constante e da atenção corrompida ficarão cada vez mais evidentes e não são saudáveis.
Precisamos recobrar a autoridade sobre a nossa atenção. Ela deve ser treinada. Devemos aprender a prestar atenção na qualidade da nossa atenção. Isso nos ajudará a fazer escolhas que envolve abrir mão daquilo que nos distrai tanto no espaço físico quanto virtual.
Assim, é possível ter presença para cultivar relações, gerar sentido sobre o que nos envolve e aproveitar uma oportunidade sem precedentes: a capacidade de colaborar com pessoas em todo o mundo e acessar conhecimentos e práticas com facilidade.
Sem atenção não é possível avançar muito. Ao ter a consciência de que a atenção é algo precioso e que deve ser cultivada entramos em um espaço poderoso onde cada pessoa pode escolher deliberadamente o seu caminho de evolução que pode revelar o seu maior potencial.
Você se torna aquilo em que dá atenção. E em uma economia onde a nossa atenção foi comoditizada, se você não escolher conscientemente onde colocar a sua atenção, alguém o fará por você.
O acesso à informação nós temos. Precisamos recobrar o acesso à nossa atenção.
Foto: Aperture Vintage