E se os instantes antes de entrar em um espaço de aprendizagem forem parecidos com os de adentrar um templo ou uma bela paisagem?
E se a qualidade mental que nós levarmos para aprender for de calma, abertura e humor?
E se as relações estabelecidas em um espaço de convivência forem de gentileza, confiança, incentivo e apoio mútuo?
Uma comunidade de aprendizagem pode ser algo bem diferente e mais entusiasmante do que foi a nossa experiência escolar — para alguns — claustrofóbica, autoritária, anti-dialógica, inibidora, isolada do mundo real.
Aprender pode ser muito mais significativo e divertido do que dominar teorias, se aperfeiçoar em práticas ou se apropriar de técnicas de forma esvaziada de sentido ou endurecida em seus gestos concretos.
Aprender pode ser um processo de encantamento diante a complexidade do mundo, de estupefamento frente a natureza dos fenômenos observados, de brincadeira com o que não é resolvível, de apaixonamento pelo que é diferente e provocante.
Aprender pode ser isso e, ainda, quase que acidentalmente, ampliar nosso vocabulário conceitual, expandir nossas capacidades perceptivas e nos instrumentalizar para participar de um mundo que pode mudar em resposta à mudança do nosso jeito de aprender.
Nós queremos — e estamos trabalhando para — anfitriar e participar de uma comunidade de prática onde importa desenvolver capacidades de modo contínuo e consistente, conectivo e celebrativo, reflexivo e dialógico, íntimo e responsável.
Esse será um espaço com potencial elucidativo, inspirador e capacitante que quer nos fazer capazes de elaborar o que nos chega à percepção, manter viva nossa curiosidade investigativa e energizar nossa liderança e agência pessoal.
Foto: Greg Rosenke