Coevolução newsletter #2
Trago algumas reflexões a partir de um conceito poderoso, a coevolução.
Todos os organismos vivos participam ativamente da evolução. Enquanto participantes, eles afetam não só os seus destinos, mas o destino de todo o seu ecossistema.
Dois ou mais organismos estão em coevolução quando são capazes de estabelecer relações sinérgicas onde ambos se beneficiam e ao mesmo tempo são capazes de contribuir com o desenvolvimento do ecossistema ao qual pertencem.
O entendimento mais profundo do significado de coevolução e o seu desdobramento pode ter um grande impacto em nossos projetos e vidas.
O que aconteceria se o nosso ideal ecológico deixasse de ser preservar e recuperar ambientes naturais (separação) para ser o de criar condições adequadas para a coevolução dos seres humanos com os sistemas naturais (interser)?
Impulsionados pela consciência autorreflexiva, nós humanos carregamos um enorme potencial de contribuição para a evolução da vida como um todo. Apesar disso, somos a sua principal ameaça.
É fácil perceber como a espécie humana estabeleceu relações assimétricas de poder que afetam negativamente a evolução de quase todas as formas de vida no planeta, inclusive a sua.
Porém, em vez de nos enxergar como um câncer planetário, podemos nos ver como uma espécie imatura, inconsequente mas cheia de potencial. Este potencial precisa ser trabalhado para ser manifestado e o advento do paradigma regenerativo é fruto deste esforço.
Da perspectiva da coevolução, em vez de sermos intrusos, nós possuímos um papel gerador de valor singular a desempenhar na teia da vida. Deste modo, a presença humana na Terra passa a ter a capacidade de gerar mais abundância e condições propícias à vida do que seria possível sem ela.
Realizar uma parceria para a coevolução requer uma reorientação sistêmica que conecte as atividades humanas com a evolução dos sistemas naturais. Esta reorientação passa por uma mudança de percepção e passa pelo uso de novas ferramentas e quadros conceituais.
A regeneração é sobre facilitar a evolução de comunidades para além das condições atuais. É sobre desenvolver a capacidade dos sistemas a que pertencemos (organizações, comunidades e bacias hidrográficas) para servirem como catalisadores para a coevolução contínua da vida local.
Reflexões
- Nós humanos possuímos um papel gerador de valor singular a desempenhar na teia da vida.
- Dois ou mais organismos estão em coevolução quando são capazes de estabelecer relações sinérgicas onde ambos se beneficiam e ao mesmo tempo são capazes de contribuir com o desenvolvimento do ecossistema ao qual pertencem.
- A coevolução entre humanos e sistemas naturais só pode ser realizada em lugares específicos usando abordagens que são precisamente adequadas a eles.
No momento adequado, pergunte-se:
- Qual é o sistema de que faço parte? Como posso treinar o meu olhar para entendê-lo melhor?
- Qual a trajetória evolutiva deste sistema? Qual é o seu maior potencial?
- Neste contexto, o que significa coevolução?
- Qual contribuição singular eu posso oferecer para a evolução deste sistema?
- Como eu preciso me desenvolver para que eu possa realizar a minha melhor contribuição?
Amplie suas capacidades para a transformação sistêmica
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