O espectador é aquela pessoa que assiste ao mundo desenrolar na sua frente. Ela sobe no barco, mas nunca assume o leme. Ela está à mercê do sistema. Está à deriva.
Já o participante jamais se deixa levar. Esta pessoa possui uma direção clara e fará os ajustes necessários para seguir no sentido da sua visão. Ela participa ativamente na criação do mundo.
Passar de espectador para participante exige um salto.
É como subir no trampolim de dez metros e ficar paralisado pelo medo. O medo de que algo possa dar errado, o medo de ferir a própria existência.
E então ter a coragem de reconhecer que esse medo não possui lastro e que o perigo é o medo que me bloqueia.
E então o salto. E outro, e outro.
Para nos tornarmos participantes precisamos nos acostumar a saltar no vazio. A encarar o medo e fazer as pazes com a incerteza.
Foto: Johannes Plenio