regeneração

Mercado Novo — Uma experiência de regeneração urbana em Belo Horizonte

Flávio Tavares

O Mercado Novo, localizado no centro de Belo Horizonte, tornou-se um exemplo vibrante de regeneração urbana e cultural. Originalmente concebido nos anos 1960 como um centro comercial, o espaço passou décadas subutilizado até que, nos últimos anos, um movimento espontâneo de empreendedores, artistas e coletivos começou a utilizá-lo com um novo propósito.

Antes de se tornar um atrativo turístico e polo de cultura, gastronomia e economia criativa, o Mercado Novo era um espaço pouco conhecido. Diferente do vizinho Mercado Central, que sempre manteve um fluxo intenso de visitantes e turistas, o edifício não alcançou inicialmente o protagonismo esperado. Durante décadas abrigou principalmente gráficas, papelarias e pequenas lojas de atacado, funcionando de maneira discreta, quase invisível na dinâmica urbana da cidade. O envelhecimento do prédio, os estandes vazios e a pouca movimentação fizeram com que ele passasse a ser visto como um espaço degradado.

Continue reading →

Posted by Juliana Diniz in Texto rápido, 1 comment

Entre o otimismo superficial e o realismo desanimador

Foto: Vincent Van Zalinge

Recentemente li um desabafo da Nora Bateson em que ela falava da “complexidade e enormidade do emaranhamento sistêmico das situações desta era”.

Na experiência dela, na minha, e imagino que na sua também, é difícil não ficar desmoralizado diante da obscuridade que se apresenta no mundo.

A sensação de estar sem saída e de não estar contribuindo de forma significativa e o desânimo por não ter perspectivas de futuro seguras e animadoras são recorrentes na experiência de quem busca viver e trabalhar com responsabilidade e sentido.

Continue reading →

Posted by Juliana Diniz in Texto rápido, 1 comment

Tornando-se recurso

Um dos grandes desafios que encontramos com o paradigma regenerativo é o de desenvolvermos a capacidade de sermos recurso para o desenvolvimento de pessoas, comunidades e organizações.

Apoiados no trabalho da Carol Sanford, entendemos que ser recurso demanda de nós presença, consciência, disciplina, abertura e profundidade.

Para sermos capazes de nos engajar em um diálogo desenvolvimental e construtivo precisamos estar conscientes do que é bem-vindo e do que não é bem-vindo nestas interações. Continue reading →

Posted by Felipe Tavares in Texto rápido, 0 comments
A regeneração como um nível de trabalho

A regeneração como um nível de trabalho

Existem quatro naturezas de trabalho que todo sistema vivo — seja um organismo biológico, organizações humanas, territórios ou pessoas — deve desempenhar constantemente para se manter viável e próspero no ambiente dinâmico e complexo a que pertence.

Formulado pelo consultor organizacional Charles Krone na década de 70, o quadro conceitual Ordens ou Níveis de trabalho descreve essas diferentes naturezas de trabalho. O quadro se apoia no pensamento sistêmico e no trabalho de David Bohm.

Os níveis de trabalho inferiores, operar e manter, focam em aspectos da existência, isto é, no que já existe hoje. Os níveis superiores, aprimorar e regenerar, focam em aspectos potenciais, ou seja, no que existe mas ainda não foi manifestado.

Continue reading →

Posted by Felipe Tavares in Artigo, 0 comments

A essência não está dada

Coevolução newsletter #13

Essência é um conceito antigo usado para alegar que cada ser tem qualidades que o fazem único, singular, específico. Ben Haggard (2017) diz que a qualidade que faz algo distintivo é exatamente o que deve ser entendido como essência. Carol Sanford (2020) define essência como o cerne irredutível de algo, o que o torna singularmente ele mesmo. Pamela Mang e Ben Haggard (2016, p. 48) trazem que a essência é “a verdadeira natureza ou caráter distintivo que torna algo o que é; o elemento permanente versus o acidental do ser”.

Eles também dizem que a distintividade é uma característica dos sistemas vivos, ou seja, cada sistema vivo é distinto um do outro e expressa uma essência que é a fonte de sua singularidade. Assumir a essência como um princípio fundamental de sistemas vivos é imprescindível porque o potencial regenerativo de sistemas vivos surge desse aspecto central distinto não importando se é uma árvore ou uma floresta, uma pessoa ou uma cidade (Mang e Haggard, 2016). Continue reading →

Posted by Juliana Diniz in Coevolução newsletter, 0 comments

#17 Pólen, moeda ecológica local | com Bernardo Marquez

Ouça no seu app favorito.

Neste episódio conversamos com o Bernardo Marquez, fundador da Ecolabora, uma empresa de compostagem e boas práticas lixo zero.

O Bernardo deu o pontapé inicial na criação do Pólen, que funciona de forma horizontal e autogestionada. Nesta conversa abordamos o processo de criação, os seus desdobramentos, aprendizados e fizemos reflexões relevantes sobre o contexto econômico atual e as possibilidades de conferir resiliência e coesão à comunidades locais através da moeda complementar.

Posted by Felipe Tavares in Podcast, 0 comments
O sentido de valor para a prática regenerativa

O sentido de valor para a prática regenerativa

“Valor” é uma palavra que merece ser melhor compreendida.

Diferente de preço, valor indica “a qualidade que faz com que algo se torne importante para alguém”. Apesar de muitas vezes reduzida ao caráter econômico, valor é uma medida de estima, apreço e utilidade.

Mas há muito mais nesta palavra do que a medida de importância. A etimologia da palavra valor está relacionada à palavra latina valere. Valere significa “ser vigoroso” ou “apresentar boa saúde”.

Ao resgatar este sentido, entendemos que algo gera valor quando é capaz de contribuir para o aumento da vitalidade e saúde de algo ou alguém.

Continue reading →

Posted by Felipe Tavares in Texto rápido, 0 comments
Sobre ser informado pela inteligência da vida

Sobre ser informado pela inteligência da vida

Vivemos uma crise profunda em relação ao modo como nos relacionamos com a natureza e ao modo como nos vemos enquanto seres humanos e sociedade global. Em outras palavras, sobrecarregamos os sistemas de suporte à vida e estamos experienciando a crise do projeto civilizatório da modernidade. Continue reading →

Posted by Juliana Diniz in Texto rápido, 0 comments

#11 About Regenesis Group and levels of paradigm | com Ben Haggard

Ouça no seu app favorito.

Este episódio é um fragmento do webinário Intro to Regenerative Development com os convidados Ben Haggard e Beatrice Ungard do Grupo Regenesis. Neste trecho Ben conta a história por trás do surgimento do grupo e descreve quatro níveis de paradigma e como isso se relaciona com a regeneração. Saiba mais sobre o Regenesis aqui: www.regenesisgroup.com

Posted by Felipe Tavares in Podcast, 0 comments
A dança da floresta

A dança da floresta

E o que podemos aprender enquanto humanos e humanidade

A floresta revela uma inteligência bela e sutil. É um sistema de alta sinergia onde o interesse particular de uma espécie está em harmonia e contribui para a evolução da floresta como um todo. É uma dança harmoniosa de revelar-se e de criar condições para que outros seres também possam se revelar.

Temos na floresta, de forma simplificada, a cada momento do seu estágio de evolução, plantas com duas essências particulares: aquelas que criam e aquelas que são criadas. As árvores nunca ocorrem de forma isolada. Elas só existem pois estão em um relacionamento simbiótico profundo com outras plantas e animais.

Assim, observamos um padrão onde determinadas espécies criam as condições para que outras espécies possam prosperar. Ou seja, espécies criadoras suportam condições adversas e contribuem para a melhoria do ambiente de forma que espécies mais exigentes, as criadas, possam revelar o seu potencial. É a vida criando condições propícias para a vida em um maior nível de organização e complexidade. É a evolução dirigida por relações sinérgicas.

Continue reading →

Posted by Felipe Tavares in Texto rápido, 3 comments