Foto: Theo lonic
A pergunta que move o praticante regenerativo é: como me tornar recurso para o desenvolvimento da vida nessa situação?
A atuação do praticante nessa direção exige mais do que a intenção, embora ela seja o ponto de partida. Suspender o impulso de oferecer respostas e sustentar o olhar em busca de oportunidades genuínas de desenvolvimento é uma musculatura a ser construída com base em prática e repetição.
Nutrir um espaço fértil de desenvolvimento genuíno e realização de potencial pede que renunciemos a nossas expectativas e opiniões para ajudar o outro a enxergar novos potenciais por si mesmo e a fazer escolhas mais conectadas com seu papel e seu contexto.
Nessa prática, alguns pontos cegos precisam se tornar aparentes:
- nossas suposições, geralmente equivocadas;
- a influência que nossos estados de ser (estado mental e emocional) estão tendo na nossa receptividade ao outro e ao contexto;
- simpatias e antipatias com base nas afinidades que temos com determinadas abordagens;
- falta de humildade;
- o padrão mecânico e objetivista com que operamos na maior parte do tempo.
Há gestos que são bem vindos e outros que não são para uma interação construtiva, capaz de despertar a motivação das pessoas e revelar caminhos de evolução.
Um diálogo “regenerativo”, que gera um campo de alta vitalidade, não é sobre nós e na maioria das vezes nossas opiniões não são bem-vindas. Para descobrir o que é relevante para o desenvolvimento do outro — seja uma pessoa, grupo ou instituição — precisamos deslocar nossa atenção de nós para eles, mais especificamente para a sua interioridade e ambiência.
Uma imagem pode ajudar.
Quando queremos podar uma planta para favorecer a sua frutificação, consideramos onde estão os brotos emergentes e as condições do ambiente que os ajudarão a se desenvolver. Onde abrir espaço para entrar mais luz? Saímos totalmente de nós, mergulhamos no outro e no seu contexto, para descobrir por onde a vida quer seguir.
Com pessoas é da mesma forma. Onde está o potencial de germinação e frutificação? Como criar condições (em vez de “fazer acontecer”, forçar o nascimento…) para que esse impulso se desenvolva de forma autônoma? Quais elementos do contexto considerar e modular para que este ser encontre por si mesmo os caminhos de realização do seu potencial?
O primeiro módulo do Programa de Desenvolvimento do Profissional de Impacto é dedicado a isso: nos ajudar a nos tornar recursos a serviço do desenvolvimento da vida.
Vamos trabalhar frameworks e capacidades que nos ajudarão a gerar o estado de presença e consciência necessários para elevar a qualidade dos encontros, das nossas relações e da nossa atuação profissional.
Agosto a março no Círculo Regenerativo.