Coevolução newsletter #5
Neste email apresento alguns dos pontos-chave da próxima trilha de aprendizagem da nossa comunidade online, Atributos da liderança regenerativa.
Ela incorpora a premissa de que o trabalho regenerativo requer mais que um conjunto de habilidades ou competência técnica. O componente essencial desse trabalho é o desenvolvimento interior que ocorre enquanto fazemos nosso trabalho no mundo.
A regeneração de um sistema requer foco duplo no que podemos chamar de trabalho interno e trabalho externo do praticante regenerativo. Levando isso a sério, essa trilha nos ajudará a construir capacidades necessárias para assumir a tarefa altamente negligenciada de trabalhar regenerativamente de dentro para fora.
O lançamento dessa trilha é muito especial porque, finalmente, depois de construir as bases para compreensão do paradigma regenerativo, vamos nos dedicar ao trabalho interior do praticante regenerativo. Vamos vivenciar integralmente princípios que até este momento podem ter ocupado uma dimensão principalmente conceitual do nosso ser.
Três atributos essenciais
O coração da trilha são os três atributos do praticante regenerativo discutidos e treinados por duas das nossas principais referências sobre regeneração, o Grupo Regenesis e a Carol Sanford.
Os atributos são: lugar interno de poder, consideração externa e transformação sistêmica como fonte de agência. Para um trabalho coerente e sistêmico, esses três atributos devem estar simultaneamente presentes e serem rigorosamente cultivados.
Lugar interno de poder
O lugar interno de poder diz respeito à capacidade de assumir total responsabilidade pelo que nos acontece. Essa capacidade está fundamentada na crença de que os eventos resultam primariamente dos nossos comportamentos e ações. Ela nos possibilita assumir nossa agência no mundo respondendo criativamente aos eventos, mesmo aqueles além do nosso controle.
Isso não quer dizer que não há forças que influenciam ou determinam o rumo das coisas, mas que nós somos responsáveis pelas nossas experiências e capazes de escolher nossas respostas diante o que está acontecendo à nossa volta. De algum modo, é sempre possível influenciar nosso próprio estado de ser. Como nos sentimos e nos comportamos em cada momento são aspectos sobre os quais podemos fazer escolhas.
Para tanto, precisamos atravessar a resistência e a reatividade que surgem quando perturbamos velhos padrões de pensamento e comportamento. Esse é o passo que nos tornará capazes de acomodar a complexidade e o dinamismo do mundo sem colapsar em confusão e frustração. O lugar interno de poder nos permite seguir efetivos, compassivos e lucidamente despertos na condição de agentes conscientes e proativos no mundo.
Consideração externa
A consideração externa é a prática de levar os outros em conta enquanto agimos cuidando genuinamente do efeito das nossas ações sobre eles. É a busca contínua de contribuir com os outros e atuar a favor da vida baseada em avaliações realistas dos sujeitos e sistemas com que nos relacionamos e do que eles estão aspirando criar.
É fazer de alguém, um sistema ou um lugar o centro de nossa atenção e buscar conhecê-lo profundamente. É ver as coisas do seu ponto de vista baseado na sua experiência de vida e no valor que ele está trabalhando para oferecer. Fazemos isso ao nos engajarmos junto às pessoas ajudando-as a expressar seu potencial em contribuições geradoras de vida para um sistema maior do que elas.
Tentar ver o mundo da perspectiva dos outros nos faz conscientes do que está fora do nosso padrão usual de percepção porque nos libera de filtros e preconceitos auto-referenciados. Isso nos ajuda a desenvolver empatia e expande nosso entendimento da integralidade de uma dada situação e do potencial presente nela. Assim, desenvolvemos uma experiência viva dos sistemas com que trabalhamos e nos tornamos cada vez mais capazes de perceber seus potenciais não realizados e de ajudá-los a se realizarem.
Agência pessoal
A agência pessoal é uma capacidade essencial em pessoas que desejam fazer sua melhor contribuição sentido a atualização dos sistemas a que pertencem. Para uma pessoa atuar como agente de transformação sistêmica ela deve estar continuamente em transformação. Desse modo, a transformação não é apenas o ponto de chegada, mas também o ponto de partida e o próprio caminho.
Quando a atualização de sistemas, ou transformação sistêmica, é a nossa fonte de agência e motivação, aprendemos a observar a nós mesmos e gerenciar nosso estado a serviço das causas que cuidamos. Aprendemos a trabalhar criativamente com a ambiguidade e a incerteza o que, por sua vez, nos permite acolher a complexidade dos sistemas naturais e a diversidade de perspectivas das pessoas e comunidades humanas que dão contexto e informam nosso trabalho.
Nas noções de auto-atualização e auto-realização está implícito que os seres humanos têm um impulso inato de crescer e se desenvolver. De fato, não existe limite inerente para o potencial humano. No entanto, se elas são o objetivo e damos demasiada ênfase em nós mesmos, corremos o risco de nos isolarmos dos sistemas mais amplos de que somos parte e do papel gerador e valor que podemos desempenhar neles. Por isso, dizemos que a fonte de agência da liderança regenerativa, isto é, a fonte de inspiração e informação para o trabalho interior, é contribuir para gerar vitalidade e capacidade para evolução naquilo que tocamos.
Amplie suas capacidades para a transformação sistêmica
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